Romantismo e Pós-Romantismo na Cidade do Porto
Música para Piano, na interpretação de Joel Bello Soares. Selecionados pelo pianista, os compositores que integram este volume, nasceram ou viveram na cidade do Porto. De linhas estéticas diferentes, compõem uma amostra significativa da vida musical de então. O mais conhecido é Arthur Napoleão (1843-1925) que se fixou no Rio de Janeiro em 1866 como editor de música, professor e concertista, exercendo uma grande influência. Dele, Bello Soares interpreta Romance op. 71 e Ideale Valsa op. 68. Os outros autores são Miguel Angelo (1843-1901), Óscar da Silva (1870-1958) que viveu muitos anos no Brasil, Luis Costa (1879-1960) e Hernâni Torres (1881-1939). Professor da Universidade de Brasília com uma intensa e diversificada atividade artística, Joel Bello Soares destaca-se como figura importante dentro do cenário brasileiro.
01. Artur Napoleão - Romance - Op. 71 n.º1
01. Artur Napoleão - Romance - Op. 71 n.º1
02. Artur Napoleão - Ideale - Valsa - Op. 68
03. Miguel Ângelo - 1ª Mazurka - Si Bemol Maior
04. Miguel Ângelo - 2ª Mazurka - Ré Bemol Maior
05. Miguel Ângelo - 3ª Mazurka - Mi Bemol Maior
06. Óscar da Silva - 1ª Dolorosa - Si Maior
07. Óscar da Silva - 2ª Dolorosa - Fá Sustenido Maior
08. Óscar da Silva - 3ª Dolorosa - Si Bemol Menor
09. Óscar da Silva - 4ª Dolorosa - Si Bemol Maior
10. Óscar da Silva - 5ª Dolorosa - Ré Bemol Maior
11. Óscar da Silva - 6ª Dolorosa - Si Maior
12. Óscar da Silva - 7ª Dolorosa - Ré Bemol Maior
13. Óscar da Silva - 8ª Dolorosa - Ré Maior
14. Luis Costa - Campanários - Op. 3
15. Hernâni Torres - Romanza - Op. 10 n.º1
Esta compilação é uma iniciativa da Comissão Executiva do Centenário da Morte de Camilo Castelo Branco, editada e distribuida pelo Mundo da Canção em 1991, com biografias dos compositores por Manuel Ivo Cruz.
Artur NapoleãoNascido numa velha casa dominante da Ribeira, Arthur Napoleão foi pianista virtuose de fulgurantes recursos técnicos e talento exuberante. Na sua cidade natal iniciou aos 6 anos uma gloriosa carreira de menino prodígio que não se desmentiu ao atingir a maioridade. Tocou em todos os grandes centros musicais, conheceu Wagner e Liszt (que manifestou interesse em o receber como aluno), conviveu com os mais insígnes intérpretes do romantismo bem como os principais Soberanos e chefes políticos da época. As suas Memórias, praticamente inéditas, são um interessantíssimo e divertido comentário ao mundo artístico, social e humano que tão intimamente conheceu. Foi também, como Vianna da Motta, protegido por D. Fernando II, de quem guardou sempre a mais grata recordação. Nos últimos 50 anos de vida radicou-se no Rio de Janeiro, onde faleceu rodeado de estima e respeito: de facto a sua influência no Brasil foi enorme, como professor, intérprete dos grandes mestres, editor musical e promotor de importantes acontecimentos culturais. A maioria das suas obras são no entanto circunstanciais e sem grande profundidade estética, embora muito bem escritas; frutos de um total domínio da arte do teclado e do conhecimento dos maiores compositores do seu tempo, refletem também os gostos e preferências da sociedade carioca em que se inseriu, na interessante linguagem modinheira dos seus sentimentais Romances, Baladas e Canções e pela utilização dos temas das mais conhecidas óperas nas Fantasias para piano. Romance op. 71, nº1, editado em França (Choudens, Paris) e no Rio de Janeiro (Casa Narciso e Arthur Napoleão) adquiriu tal popularidade que o Autor o multiplicou em versões para canto, violino, violoncelo e ainda diferentes conjuntos de câmara. Ideale, caprice-valsa op. 68, igualmente muito vulgarizada, conheceu no Brasil e em Paris, na J. Hamelle, sucessivas edições.
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